Pertencer é antes de tudo um sentimento natural, uma necessidade de qualquer ser humano. Todas as pessoas que nascem ou que são vinculadas a um sistema familiar necessitam ser reconhecidas como membro integrante do clã. Precisam ter seu lugar e papel respeitados. Porque todos são importantes para aquele sistema, independente das suas características, dificuldades e virtudes pessoais.
Quando Bert Hellinger formulou as constelações sistêmicas, percebeu que três leis regem os relacionamentos humanos e as chamou de leis sistêmicas, ou ordens do amor. Que são: a ordem, o pertencimento e o equilíbrio. Pertencemos a vários sistemas ao mesmo tempo, o familiar, no nosso trabalho, na escola, entre outros.
Existindo uma força maior nesse grupo, que prevalece a qualquer tipo de amor pessoal, e que mantém todos unidos, para gerar, sustentar e desenvolver a vida. Somos todos regidos por essas leis, mesmo sem termos conhecimento da sua ação sobre nós. E quando respeitamos as leis naturais, temos um caminho mais leve e em conformidade com nosso destino.
Quando qualquer uma dessas leis é desrespeitada, conscientemente ou não, em qualquer um dos sistemas, cria-se um desequilíbrio. Trazendo manifestações que serão percebidas como dificuldade ou peso pelos membros desse grupo.
Um dos membros ao ter o direito de pertencer negado, faz com que o sistema perca o equilíbrio. E a alma ou a consciência da família procura restabelecer a ordem por meio de uma compensação, fazendo com que outra pessoa se identifique inconscientemente com o excluído criando um emaranhamento. Porque essa pessoa que toma para si esse lugar busca reparar uma injustiça ou uma falta para consertar, ou restabelecer o equilíbrio sistêmico.
Mas não é isso que acontece. Porque a falta desse membro permanece, ele não pode simplesmente ser substituído, e faz com que a pessoa que toma o seu lugar acabe seguindo o destino do excluído ao invés de seguir o seu.
Nem sempre essa exclusão é consciente. Por exemplo, no caso de uma mãe que sofre um aborto espontâneo e o filho que nasce depois não tem conhecimento dessa situação vivida pela mãe. Foi um acontecimento infeliz, mas que se não tiver sido bem resolvido e integrado pelo sistema familiar o filho que nasce depois, entra no campo dessa criança que não vingou e começa a se sentir deslocado, como se algo faltasse, mas não sabe o porquê.
Esse desequilíbrio pode trazer problemas e comportamentos para um dos membros que não sabe da sua origem e não consegue resolvê-los, prejudicando os seus relacionamentos não só dentro do sistema em questão, mas como nos demais.
Na constelação familiar é possível abrir e analisar o campo do sistema em desequilíbrio e manifestar a cura, mesmo que a pessoa não tenha conhecimento de todas as informações, como no caso de um aborto que sua mãe tenha sofrido. Porque quando o campo é aberto, é possível identificar a rede de vínculos em que o membro se encontra e compreender as dinâmicas e estruturas que geram e mantém os problemas. Quando o campo de cura é aberto conseguimos ter contato com nós mesmos e tomarmos consciência de aspectos que, até então, estavam ocultos e temos a oportunidade de resolvê-los.
Assim é!
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