O que é Constelação Familiar?

Conheça o método terapêutico

Pertencimento, ordem e equilíbrio. É com base nessas três leis naturais do relacionamento humano que o psicoterapeuta alemão Bert Hellinger desenvolveu a chamada constelação familiar. Os adeptos da metodologia, que vem gerando dúvidas e curiosidade, explicam que, além de herdar o patrimônio genético dos nossos antepassados, adquirimos suas crenças, valores e costumes. E assim, muitas vezes, acabamos repetindo alguns comportamentos negativos, o que pode causar dores difíceis de serem superadas. Isso explicaria, por exemplo, o fato de em muitas famílias o drama do alcoolismo passar de geração para geração. Ou pais que não conseguem demonstrar carinho aos filhos porque também não receberam amor.

Ao contrário do que muitos imaginam, a constelação familiar não está ligada a religiões, esoterismo ou misticismo. É uma técnica psicoterapêutica que tem como objetivo promover uma mudança de comportamento de forma rápida. “Tudo muda quando compreendemos que somos um elemento de um sistema familiar e precisamos respeitar o lugar de cada indivíduo desse sistema para manter o equilíbrio”, explica a psicóloga Cristina Camargo, especialista em terapia holística e em constelação viva. Segundo o método, quando essas leis naturais do relacionamento humano são violadas, membros do grupo desenvolvem doenças físicas, problemas psicológicos e dificuldades nos relacionamentos, entre outros problemas.

Mas é possível mudar esse ciclo vicioso. Foi o que fez o casal Adriana Guimarães, engenheira mecânica, e Eduardo Bellis, analista de sistemas. Ela sofria ao se deparar com vários casos de depressão na família e ele tentava vencer a síndrome do pânico. “Passamos a compreender melhor a nossa história e a dos nossos parentes, enxergando que os outros também têm limitações”, diz Adriana. Já Eduardo conta que conseguiu vencer a doença. “Entendi como estava me posicionando de forma errada diante do mundo”, diz.

No Brasil, a constelação familiar já é utilizada pelo sistema judiciário em Minas Gerais e outros 15 estados e tem se mostrado eficaz em varas de família. Para juízes que a aplicam, a terapia permite que a Justiça ofereça outras soluções ao litígio. Depois de ter ficado 11 anos à frente da 5ª Vara de Família de Belo Horizonte, o juiz Clayton Rosa de Resende avalia que no conflito familiar é necessário ir além do ponto de vista jurídico. “Temos um núcleo de pessoas que vai continuar a se relacionar depois do processo”, diz. “Por isso, o ideal é dar às partes recursos para que possam caminhar sozinhas além da sentença.”

O psicoterapeuta alemão Bert Hellinger afirma que, além do inconsciente individual e coletivo, existe o inconsciente familiar, que atua em cada membro do grupo. Para ele, pertencer à família é uma necessidade básica do ser humano e vai além da necessidade de sobreviver. “Todo mundo tem direito ao pertencimento. Infelizmente, temos uma história imensa de exclusão na humanidade, inclusive dentro dos próprios lares”, diz a psicóloga Cristina. Para garantir o equilíbrio nas relações, é necessário manter a ordem, respeitando aquele que veio primeiro na linha do tempo. “Quando se viola essa hierarquia, os problemas começam a se apresentar”, afirma. Nesse contexto, os pais precisam ter espaço para exercer a sua função. Assim ocorre também com os papéis de marido, esposa, filho ou filha, cada qual dentro de sua competência. “Aos poucos, percebemos que a maioria dos nossos sofrimentos ocorre em consequência do nosso egoísmo, quando queremos fazer valer apenas nosso ponto de vista”, diz Cristina. Para ela, desenvolver a humildade não significa ser servil. “Significa ser do tamanho que se é.” A bióloga Izabella Moreira Franco resolveu ir a fundo em seus problemas e se surpreendeu. “Faço terapia há muitos anos, mas não conseguia me aprofundar nas causas da minha ansiedade e insônia”, diz. “Agora consegui compreender a origem de tudo, o que melhorou muito a qualidade dos meus relacionamentos.”

As dinâmicas do método podem ser feitas individualmente ou em grupo, sempre conduzidas por um terapeuta especializado na técnica. Em grupo, os participantes representam os familiares do paciente. A pessoa que quer compreender – ou “constelar”, como os profissionais costumam definir – uma questão de relacionamento com a mãe, por exemplo, compartilha brevemente com o grupo a sua angústia. A partir daí, o terapeuta define que elementos precisam ser vistos e a pessoa escolhe quem serão os representantes. “Trata-se de uma oportunidade de se ter um novo olhar sobre a vida e sobre o outro”, diz Taimã de Salles Massarolo Takeuchi, coach e especialista em constelações familiares. “Abre-se a possibilidade de fazer algo diferente para alcançar novos resultados e um recomeço.”

Publicado originalmente em 24/04/2019 na Revista Encontro. Clique Aqui.

Constelação Familiar

com Cristina Camargo

Como Funciona a Constelação Familiar

com Cristina Camargo

Neste vídeo explico como funciona uma Constelação Familiar e todos os benefícios que ela traz para a nossa vida! Os representantes, durante uma constelação familiar, são fundamentais para que o campo se abra e todas as curas aconteçam. São os representantes, o fio condutor capaz de apresentar o que estava oculto para a pessoa que pede ajuda.

Sobre

Terapeuta Holística, Psicóloga e Master de ThetaHealing pelo Instituto Think, com ampla experiência clínica e com grupos terapêuticos desde 1999. Aprendi a atrair a minha família de alma e a me rodear de pessoas que apoiam a manifestar meu propósito de alma.

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