A arte de reclamar

Reclamar exige plateia. Pessoas que escutem e, na maioria das vezes, compartilhem das queixas com a gente, que alimentem esse sentimento. Quando não temos audiência nossas lamentações diminuem. E esse público pode estar presente tanto fisicamente na nossa vida quanto virtualmente. Já reparou quantos desabafos fazemos e vemos nas redes sociais? E quantas pessoas comentam nesses posts?

Não quer dizer que não podemos ou não devemos reclamar, que precisamos aceitar tudo o que acontece com a gente e sempre sorrir. O problema é quando a reclamação se torna parte da nossa identidade, se torna uma característica da nossa personalidade, do nosso comportamento. Só conseguimos conversar com as pessoas tendo como base esse tipo de assunto. Isso se torna um hábito e nem percebemos, pois é natural para nós. Ele pode ser feito por meio de palavras, mas também com reações do nosso corpo. Não falamos, mas respiramos de forma tensa, olhamos torto para o outro, fazemos uma careta.

Às vezes, agimos como espelho de alguém. Se convivemos muito com uma pessoa que reclama o tempo todo e não percebemos essa característica, podemos começar a imitá-la. Por isso é importante estarmos presentes com nós mesmos e perceber se teve algum gatilho que estimulou a nossa constante reclamação das coisas. Porque reclamar é sempre uma escolha.

Os problemas, os acontecimentos ruins vão acontecer. Independente de ficarmos lamentando eles não se resolverão ou, muito menos, vão sumir. Como adultos precisamos ver os problemas como desafios e que temos os meios para resolvê-los. Sem falar que o hábito de reclamar de tudo e o tempo todo, gera muita energia negativa, repare o quanto ficamos exaustos quando estamos na presença de pessoas que só reclamam. Isso acontece porque o nosso organismo está preparado para ter empatia pelos outros e isso faz com que, na maioria das vezes, compartilhemos as mesmas emoções do outro, mesmo sem termos vivenciado a situação. Ter empatia é compreender pelo que a pessoa está passando, acolher, e não concordar e fazer tudo o que o outro pede somente para deixá-lo feliz.

Se nos colocamos como plateia para pessoas que só reclamam, damos força para que essa atitude permaneça e sempre seremos procurados para esse tipo de assunto e fofocas. E quanto mais reclamamos mais alimentamos esse sentimento no nosso cérebro, mais alimentamos essa nuvem cinza que só vê a vida de forma negativa.

Na constelação familiar é possível abrir e analisar o campo do sistema em desequilíbrio e manifestar a cura, mesmo que a pessoa não tenha conhecimento de todas as informações, como no caso de um aborto que sua mãe tenha sofrido. Porque quando o campo é aberto, é possível identificar a rede de vínculos em que o membro se encontra e compreender as dinâmicas e estruturas que geram e mantém os problemas. Quando o campo de cura é aberto conseguimos ter contato com nós mesmos e tomarmos consciência de aspectos que, até então, estavam ocultos e temos a oportunidade de resolvê-los.

Com a correria do dia a dia e a nossa ansiedade para que tudo aconteça como esperamos e na hora que queremos, nem damos tempo para a história se completar e começamos a nos lamentar no meio do caminho. Porque queremos que as coisas aconteçam sempre no agora. Temos que dar tempo ao tempo, nem tudo acontece no mesmo instante. E quando esperamos, a situação pode tomar outro rumo, e ser o que desejávamos ou até melhor.

Ficar pensando e comparando o presente com o ontem também não ajuda em nada. Colocar a culpa no passado de algo que estamos vivendo hoje só traz frustração. Tudo pelo que passamos e enfrentamos serviram de aprendizado e para sermos a pessoa que somos agora.

O bom é que todo hábito pode ser mudado, e estudos mostram que depois de 21 dias consecutivos praticando agimos de acordo com o novo costume. E isso nos mostra que a atitude está em nós para assumirmos um comportamento positivo e coragem para lidar com as adversidades.

Assim é!

Deixe nos comentários o que você faz para evitar ficar reclamando sem motivo.

Sobre

Terapeuta Holística, Psicóloga e Master de ThetaHealing pelo Instituto Think, com ampla experiência clínica e com grupos terapêuticos desde 1999. Aprendi a atrair a minha família de alma e a me rodear de pessoas que apoiam a manifestar meu propósito de alma.

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