Nós, seres humanos, temos um campo morfogenético, que é um campo de memórias vindas de nossos ancestrais. Herdamos e ficam registrados no nosso inconsciente todo o patrimônio genético, bem como as crenças, valores e costumes dos nossos pais. E, são essas informações que, muitas vezes, nos guiam na tomada de nossas decisões, nas nossas escolhas, na maneira como enxergamos a vida e como agimos diante dos acontecimentos.
Nem sempre temos consciência do emaranhamento em que estamos em algum momento ou área da nossa vida, porque ao nosso ver é algo que sempre existiu, é normal, são as referências que temos de relacionamentos, do meio e do sistema ao qual fazemos parte. Às vezes, só tomamos consciência dessa teia quando entramos em outro grupo e percebemos que a forma de se relacionar é bem diferente da nossa.
Quando temos esse entendimento, conseguimos identificar algum padrão em nossas atitudes, em alguma área da nossa vida, fazendo com que a mesma situação se repita independente das pessoas envolvidas serem diferentes. Por exemplo, pode ser que exista uma dificuldade em manter relacionamentos amorosos. Eles não duram. Os parceiros são diferentes, mas eles sempre terminam pelo mesmo motivo ou da mesma maneira. É como se vivêssemos a mesma situação, só mudando os personagens.
Enfrentamos dificuldades no relacionamento com os nossos pais, filhos, cônjuges. É sempre uma relação conflituosa, com constantes atritos ou podemos nos sentir isolados, como se não pertencêssemos àquele núcleo familiar, não sabemos qual é o nosso papel. Às vezes somos filhos, mas agimos como pais dos nossos pais. Porque algum evento, que não necessariamente aconteceu com a gente, fez com que a ordem se invertesse e tomamos esse lugar.
Nossa vida financeira ou profissional não flui. Trabalhamos incansavelmente, mas não temos retorno financeiro, é como se existisse algum bloqueio em relação a ganhar dinheiro. Pode ser que nossa família ache errado ter dinheiro, que pense que toda pessoa rica é ladra, por exemplo. E como pertencemos a esse sistema, trouxemos isso para nossa vida e não conseguimos prosperar financeiramente ou pode acontecer, de na iminência em sermos promovidos, alguém sempre pegue essa chance nos últimos segundos e nunca conseguimos esse reconhecimento.
Como estudou e propõem Bert Hellinger, psicoterapeuta alemão que desenvolveu o método da constelação familiar, um sistema é regido por três ordens do amor que ele chamou de: ordem do pertencimento, da hierarquia e do equilíbrio entre dar e receber. E é justamente quando acontece uma quebra em alguma delas que acontece a desarmonia no grupo fazendo com surja entre seus membros, compensações como: depressões, doenças, dificuldades nos relacionamentos, dificuldades financeiras, traumas, repetições de padrões negativos, entre outras.
Durante o exercício da constelação familiar são trabalhadas a percepção, a observação e a conexão com o corpo, porque nos tornamos observadores do sistema e assim conseguimos enxergar como ele está funcionando e o que está causando o desequilíbrio. E é no corpo que ficam guardados os registros herdados de nossos ancestrais e que guiarão para desfazer os emaranhamentos. Nesse momento é possível promover a cura em todo o sistema e assim, todos envolvidos são beneficiados.
Assim é!
Você já participou de alguma constelação familiar? Como foi a experiência?