A vida é assim, como um rio que corre pelo seu leito e deságua no mar. Suas águas vão passando, seguindo hora agitadas, hora serenas. Às vezes encontram obstáculos que desviam seu curso. Às vezes apenas apreciam a paisagem, as flores ao seu redor. O rio sabe onde quer chegar, tem um objetivo, uma meta, desaguar no mar e completar o seu ciclo.
Diferente de nós ele não tenta controlar o que acontece. Ele desfruta dos presentes que recebe do universo e retribui fertilizando a terra pela qual passa. Ao mesmo tempo que encara as pedras do caminho como desafios e faz o seu melhor, contornando-as até completar o seu percurso e desaguar.
A natureza é assim, sabe o tempo das coisas. Mas a gente não percebe isso. A gente quer controlar o tempo, as horas, os acontecimentos. Reclamamos da chuva que cai bem na hora que precisamos sair de casa. E quando ela passa, queixamos do sol escaldante que aparece. Tudo bem, todos os dias acontecem e temos muitas coisas para fazer ao mesmo tempo. Seja na nossa vida pessoal, no nosso trabalho, com a nossa família, amigos, filhos, e a lista não termina.
Conciliar tudo e todos, muitas vezes, com o pouco tempo que temos é um desafio diário. E quando acontecem esses imprevistos, por menores que sejam, se torna mais difícil ainda. Todo o nosso planejamento e arranjo das horas que fizemos vai por água abaixo, literalmente. Ficamos estressados porque as coisas não saíram exatamente como deveriam, como estava no roteiro. Mas a gente nem percebe que quanto mais tentamos impedir o fluxo da vida, mais ansiosos e frustrados nos tornamos.
Não quer dizer que a partir de agora não devemos cumprir nossos compromissos, nossas obrigações. O ponto é entender a linha que separa o que estamos fazendo para alcançar os nossos objetivos e o que é obsessão para que nada aconteça diferente do que imaginamos. Essa obsessão acaba sendo uma falsa sensação de controle da vida, de que tudo está perfeito e uma maneira de esconder o nosso medo e as nossas angústias diante dos acontecimentos.
Encontrar o equilíbrio do fluir da vida com a realização dos nossos sonhos.
Simplesmente não existe um manual para seguirmos que, se fizermos tudo direitinho como está escrito, seremos felizes para sempre. O que acontece é que coisas boas e coisas ruins acontecem com a gente e com todo mundo o tempo todo, não tem como prever isso. Mas o que podemos e, devemos fazer, é saber como reagir a todas as adversidades que surgem. É não deixar o nosso medo nos paralisar, e sim usá-lo como combustível para nossa coragem em encontrar a melhor forma para passar pela pedra no caminho.
Quando estamos conectados com nosso eu interior. Quando nos conhecemos em profundidade. Quando sabemos quais são nossas virtudes e qualidades, onde dói, onde machuca e onde nos acolhemos, conseguimos a mestria para nos posicionarmos diante de tudo, diante da vida e deixar que ela apenas flua como deve ser.
Assim é!
Como você faz quando encontra uma pedra no caminho? Conta pra gente nos comentários.