Sabe quando brigamos, discutimos com alguém, pode ser com o marido, a namorada, o filho, a mãe, o pai, o irmão, qualquer pessoa do nosso convívio, por acontecimentos do dia a dia como: a louça que não foi lavada, a roupa suja jogada no canto do quarto, a toalha molhada na cama, esses deslizes que se repetem constantemente? A gente fala, fala de novo, repete mais uma vez e parece que simplesmente ninguém nos escuta. E a frustração toma conta do nosso ser?
Pare pra pensar se nesse momento o problema realmente é a louça suja que ainda está na pia ou se, no fundo, é alguma necessidade sua que não foi atendida. Porque por trás de todo comportamento existe uma necessidade. Tudo bem, às vezes foi só um desleixo e a pessoa esqueceu. Mas quando é constante essa situação e, mesmo quando pedimos, nada acontece ou só gera mais briga, temos que entender o que está acontecendo com a gente e com o outro. Quais as necessidades de cada um que não estão sendo satisfeitas.
Ah! Mas como faço isso? Se eu canso de falar e ninguém me escuta?! Talvez seja a dinâmica que foi estabelecida que não deixa a comunicação fluir e cada um simplesmente age mecanicamente sem se importar de verdade com outro.
Só reclamar não nos leva a nada. Porque as relações não se sustentam sem comunicação entre as partes. E quando falo comunicação, é gerar uma conexão verdadeira, demonstrar que nós nos importamos em saber mais sobre o que o outro está passando e tentar construir essa abertura. É focar no bem-estar da relação e não somente na resolução do problema. É sair do modo de ataque ou defesa que aprendemos a utilizar ao longo da vida e permitir que as nossas vulnerabilidades sejam mostradas e assim o outro se sinta seguro para também mostrar as suas fragilidades.
Nós só evoluímos como espécie porque somos capazes de sentir empatia e de colaborar. Quando validamos os sentimentos do outro, abrimos uma conexão para que os nossos sentimentos também sejam reconhecidos e compreendidos. E conseguimos isso por meio da nossa habilidade em nos comunicar, criando um espaço para a conversa acontecer. Sem julgamentos ou ressentimentos. Escutando para compreender e não somente para responder.
Em alguns momentos queremos tanto ajudar, resolver o problema do outro, ou simplesmente sermos ouvidos, que a pessoa nem terminou de falar e já temos uma resposta pronta. Quando nos damos conta já atropelamos a fala da pessoa com o nosso argumento para ganhar a discussão. Nem percebemos, mas acabamos criando uma competição para ver quem sabe mais ou quem tem o problema maior.
Como nós também queremos ser ouvidos, às vezes, a outra pessoa também só queria isso. Ela não precisava de uma resposta, mas só de alguém que a escutasse sem julgamentos ou certezas. Ao fazermos isso com o outro ele também fará por nós e será possível estabelecer uma relação baseada na empatia e na fala autêntica. Onde cada um se sentirá seguro para comunicar as suas necessidades de maneira que as outras pessoas tenham clareza sobre os pedidos que estamos fazendo. Porque, às vezes, uma roupa suja jogada no canto do quarto não é só isso.
Assim é!
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